Em algum momento, lá onde as tribos nômades começaram as batalhas por territórios, aprendemos um conceito estranho que até hoje guia a humanidade. Nós OU eles. E nós somos sempre os bons, nós somos sempre os certos, nós somos os melhores e mais bem intencionados. Nós somos os escolhidos que sabem o caminho melhor do que os outros.
Bad news!
Assim como não existe jogar o lixo fora, porque não existe fora desse planeta, não existem eles. Eles, todos, somos nós. E todos nós temos as mesmas necessidades de pertencimento, de amor, de compreensão, carinho, de conexão. Todos nós temos necessidade de nos sentirmos respeitados.
O mundo está em convulsão. Terremotos, manifestações de indignação e revolta, tempestades, inundações, vulcões acordando… e um clima extremamente tenso no ar. Isso acontece no panorama externo para que tenhamos atenção ao interno.
A violência interna (e tudo o mais que estiver guardado em nós) gera a violência externa. Quando nos alimentamos de cenas, palavras e pensamentos violentos criamos essa atmosfera. Isso é lei, uma lei hermética chamada ressonância. Não importa se acreditamos ou não. Lei é lei. Como a lei da gravidade, não vemos e, para que ela aconteça, não precisa acreditarmos.
O que está em cima está em baixo assim como o que está dentro está fora.
Como disse uma amiga (Andrea Honaiser) hoje em seu post, “tem horas que, se não existe nada de bom a acrescentar, melhor calar”.
Nesses tempos acirrados entre o bem e o mal, entre bandidos e mocinhos, a exaltação da violência tem sido feita sem a menor responsabilidade nas redes sociais. Conhecidos, desconhecidos, amigos, parentes, que antes não verbalizavam suas posições extremas, se regozijam ao rivalizar com outras pessoas, muitas vezes, apenas para destilar ódio e vingança. Esse clima acaba afetando a todos. Existe no ar um prazer em inferiorizar o outro, em apontar as falhas, diminuir, em se colocar como os certos da história seja ela qual for.
Bad news!
Não existem “eles”. “Eles”, todos, somos nós.
Évanes Pache
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